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INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA MISSIONÁRIA - PONTIFÍCIAS OBRAS MISSIONÁRIAS



Obra Infância Missionária
(IAM -  INFÂNCIA ADOLECÊNCIA MISSIONÁRAIA)
  A Obra da Infância Missionária, fundada em 1843 por Dom Carlos Augusto Forbin Janson, Bispo de Nancy, França, nasceu para sensibilizar as crianças e adolescentes  desta realidade, levando-as a colaborar com orações, sacrifícios e ajudas materiais.
            Paulina Jaricot que, em 1822, tinha fundado, em Lyon, a Obra da Propagação da Fé, apoiou Dom Carlos Forbin e quis ser a primeira associada, divulgando sua finalidade: ajudar as crianças através das crianças. Definiu a Infância Missionária como a Obra da Propagação da Fé para as crianças.
            Dom Carlos morreu em 1844.  Em tão pouco tempo, sua Obra já estava organizada em 65 Dioceses da Europa.
            Esta Obra recebeu imediatamente a aprovação e a recomendação dos Papas. Pio XI, no dia 3 de maio de 1922, declarou esta Obra “Pontifícia”, isto é: Obra do Papa e de todas as Dioceses do mundo.
            No dia 4 de dezembro de 1950, Pio XII instituiu o Domingo Mundial da Infância Missionária, a ser celebrado em todas as Igrejas.
            O Concílio Vaticano II declarou que as Pontifícias Obras Missionárias "devem ocupar o primeiro lugar, porque são meios privilegiados para difundir nos católicos, desde a infância, o sentido verdadeiramente universal e missionário"(Ad Gentes 38).
            Em 1979 e em 1994, o Papa João Paulo II enviou às coordenações e às crianças Cartas sobre o valor da Infância Missionária na ação solidária e evangelizadora das crianças. O Papa chama as crianças da Infância Missionária de “pequenos grandes missionários, no anúncio do Evangelho de Jesus”.
               Assim, a Infância Missionária adquire caráter universal, através da Propaganda Fide, hoje Congregação pela Evangelização dos Povos. A Obra auxilia os educadores a despertar, gradualmente, a consciência missionária nas crianças, animá-las, a fim de compartilharem a fé e os bens materiais com crianças das regiões e Igrejas mais necessitadas, além de suscitar vocações missionárias a partir de tenra idade.
      Nos últimos anos, a Infância Missionária conseguiu um grande desenvolvimento e expansão. A celebração dos 150 anos de fundação (1993) deu-lhe renovado impulso. Hoje se encontra em mais de 110 países de todos os Continentes e sua ação universal e eficaz beneficia milhões de crianças na África, Ásia, Oceania, América e Europa. 
                    A Infância Missionária no Brasil
              Obra da Infância Missionária chegou ao Brasil no ano de 1858. Foi muito bem acolhida e produziu muitos frutos. Situações diversas (proclamação da República em 1889), porém, obscureceram-lhe os objetivos. Reorganizou-se oficialmente em 1955, sob a direção do pe. Paulo van de Zandt, CSSp. Na reelaboração do seu estatuto, ela ganhou projeção nacional. O 1.º Encontro Latino-Americano da Infância Missionária (1993), em Cali, na Colômbia, celebrou os 150 anos de fundação, e reacendeu sua “chama” no Brasil. Vinte assessores e 6 crianças participaram do encontro.
Ao regressar, eles empenharam-se na reorganização da entidade. O 2.º Encontro Latino-Americano (1995), em Caracas, na Venezuela, firmou-lhe as linhas de ação, a metodologia e a espiritualidade. Os participantes assumiram o compromisso de “apoiar os agentes da Infância Missionária, promovendo encontros e proporcionando meios de formação específicos da atividade missionária, além de destacar a importância da formação, animação, organização e coordenação diocesanas para formar uma equipe responsável, em âmbito nacional”.            
A Ata da reunião acontecida em 16/03/1955 diz: “o Brasil precisa especialmente desta Obra Pontifícia. Ela desperta as crianças para o trabalho missionário com outras crianças. As crianças mais favorecidas ajudam assim as mais abandonadas. Com esta atitude, abrem seus corações para largos horizontes de caridade e humanidade, ajudando-as no desenvolvimento de qualidades e ações mais generosas e espontâneas.”
      Após as celebrações dos 150 anos, a Infância Missionária está sendo reanimada e atualizada em diversas regiões e Dioceses do Brasil, conforme os objetivos, finalidades e a metodologia própria desta Pontifícia Obra, como são apresentados nas Diretrizes e Orientações.
O papa João Paulo II definiu a Obra da Infância Missionária como "uma verdadeira rede de solidariedade humana e espiritual entre as crianças dos antigos e novos continentes"
Encontros Nacionais
                No mesmo ano (1995), aconteceu o Primeiro Encontro Nacional, em São Paulo, que definiu o seu caráter específico. Participaram crianças e assessores de dioceses de diversos estados brasileiros. Outros encontros regionais aconteceram. O 2.º Encontro Nacional foi em Vitória – ES, em 1996, durante o XIII Congresso Eucarístico Nacional. 270 assessores e 141 crianças, procedentes de 32 dioceses, representando 11 Regionais da CNBB, partilharam a experiência da reorganização da Obra, destacando o protagonismo das crianças na evangelização e na solidariedade universal; a reflexão sobre a Eucaristia e a sua força para a Infância Missionária; prioridades e compromissos. Nesse Encontro foi lançado o livro: “Infância Missionária: Diretrizes e Orientações”, hoje na 5.ª edição.
                                                      EFAIMs:                                                                Encontro de Formação para Animadores da Infância Missionária
Em novembro de 1996, os membros da Coordenação Nacional da Infância Missionária, participaram, em Quito, no Equador, da Escola de Animadores Missionários (ESAM), com o seguinte objetivo geral: oferecer capacitação teológico-espiritual, psicopedagógica e metodológica para realizar a missão de animação missionária junto às crianças da Infância Missionária.Em 1997, foram realizados três encontros no país:
- No Nordeste, no Sul e no Centro-Leste, além de vários EFAIMs, entre 1997 e 1999, envolvendo mais de 1.700 assessores. O maior “efeito multiplicador” acontece após os EFAIMs, por meio dos repasses dos conteúdos a assessores/as nas respectivas comunidades. Eis os conteúdos: análise da realidade sócio-política, econômica e religiosa e das crianças; fundamentos teológicos da missão; princípios psicopedagógicos; espiritualidade; história, mística e metodologia da Obra.

Metodologia

              É a pedagogia de Jesus, que mostrou, através da vida, a misericórdia e o poder salvífico de Deus. Ele acolhe, cria relações de amizade, ajuda, perdoa, consola, fortalece, abençoa, oferece a vida. Antes de falar, ele se faz amigo, depois ajuda a descobrir a nova realidade, com o objetivo de “ir e fazer discípulos”. A descoberta de um tesouro provoca grande alegria, partilhada com irmãos e irmãs. Na Infância Missionária, essa metodologia acontece nos encontros semanais com as crianças.
Eles se desenvolvem, de forma orgânica, nas quatro áreas da formação missionária:
- catequese, espiritualidade, compromisso e vida comunitária. O processo, cíclico e dinâmico, configura a criança como verdadeiro missionário(a), que escuta a Palavra, passa para a vivência pessoal, que se transforma em compromisso correspondente e firma a comunhão para a missão. O encontro semanal é ponto de chegada e de partida, cujo objetivo é desenvolver, nas crianças, a co-responsabilidade missionária universal e que elas sejam missionárias de outras crianças e, por meio delas, das famílias, das escolas, da comunidade.
             Os Grupos
               Integrar um grupo é opção livre da criança. Eles são, porém, a base da Obra. Cada um é formado de 12 crianças, entre 7 e 14 anos, que lembram os 12 Apóstolos. Cada grupo escolhe uma criança coordenadora, que distribui atividades e dirige os encontros, preparados com a assessoria de um adulto. As próprias crianças coordenam os encontros. Deste modo, exercem o seu protagonismo, pois têm enorme potencial para evangelizar. De fato, a evangelização não será completa sem a ação evangelizadora das crianças.
             Este é um compromisso missionário. A Obra “tem a capacidade de infundir nos católicos, desde a infância, o sentido verdadeiramente universal e missionário” (AG 38). Ao despertar a consciência missionária das crianças, adapta-se à sua mentalidade, à sua idade, a seu ambiente e às suas possibilidades (Cf. Estatutos da Infância Missionária). O papa João Paulo II definiu a Obra da Infância Missionária como “uma verdadeira rede de solidariedade humana e espiritual entre as crianças dos antigos e novos continentes”.