17 de novembro de 2011

PAPA BENTO XVI DECLARA 2012 O ANO DA FÉ

Bento XVI se inspira em Santo Agostinho para declarar 2012 “Ano da fé”.

Ao declarar 2012 o Ano da Fé, no último dia 16 de outubro, o papa Bento XVI se fundamentou em Santo Agostinho, que cita em diversas ocasiões. O Ano da Fé terá seu início no dia 16 de outubro de 2012, coincidindo com o 50º aniversário do início do Concílio Vaticano II e 20º da promulgação do Catecismo da Igreja Católica. Terá seu encerramento no último domingo litúrgico de 2013, dia 24 de novembro, Solenidade de Cristo Rei.
 17 de outubro passado, na Celebração Eucarística que fechava o encontro “Novos evangelizadores para a Nova Evangelização", o papa Bento XVI proclamou um Ano da Fé, que começará dia 16 de outubro de 2012 e será concluído dia 24 de novembro de 2013. Assim fica estabelecido oficialmente na carta apostólica Porta fidei , de 11 de outubro. A data de abertura coincide com a do Concílio Vaticano II, há 50 anos, e com o 20º aniversário da promulgação do Catecismo da Igreja Católica .
Esta iniciativa busca oferecer a toda a Igreja um tempo especial de reflexão e redescoberta do dom da fé, descrito aqui como a porta de entrada na Igreja, pela qual se tem aceso à comunhão com Deus. Em tempos de descrença e indiferentismo, Bento XVI faz uma chamada à autêntica conversão ao Senhor, Salvador do mundo.
Accesso à “Porta da Fé”
Trata-se de um documento relativamente breve, de apenas 15 pontos, em que, em linhas gerais, Bento XVI se apoia na autoridade do magistério pontifício recente. O único autor antigo ao qual faz referência é santo Agostinho; a ele se remetem quatro das 22 notas de rodapé. Começa citando uma de suas frases lapidares: os crentes “se fortalecem crendo”. E imediatamente se aduz, em confirmação do enunciado, o próprio exemplo de vida do Santo: “O santo Bispo de Hipona tinha bons motivos para expressar-se desta maneira. Como sabemos, sua vida foi uma busca contínua da beleza da fé até que seu coração encontrou descanso em Deus”. E não foi só sua experiência pessoal; a necessidade da fé é inculcada repetidamente em seus escritos que seguem sendo atuais: “Seus numerosos escritos - assegura o Pontífice, explicando a verdade da fé e a importância de crer – permanecem, ainda hoje, como um patrimônio de riqueza sem igual, consentindo ainda a tantas pessoas que buscam a Deus encontrar a senda justa para ter acesso à «porta da fé»”.
O Credo
Um pouco mais adiante, Bento XVI volta a servir-se do testemunho do Bispo de Hipona quando exorta a “redescobrir os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada”. O Papa traz à tona a antiga disciplina de aprender de memória o Credo por ocasião do batismo e cita uma vez mais as lições de nosso Santo: “Santo Agostinho —diz— o recorda com umas palavras de profundo significado, quando em um sermão sobre a redditio symboli, a entrega do Credo , diz: «O símbolo do sacrossanto mistério que recebestes todos ao mesmo tempo e que hoje haveis recitado individualmente, não é outra coisa senão as palavras nas quais se apoia firmemente a fé da Igreja, nossa mãe, sobre a base irremovível que é Cristo o Senhor.
E continua reproduzindo as palavras de Agostinho, que estabelece um paralelo entre o Credo e a profissão de fé dos judeus: “Recebestes e recitastes algo que deveis reter sempre em vossa mente e vosso coração e repetir em vosso leito; algo sobre o qual tendes que pensar quando estais na rua e não deveis esquecer nem quando comeis, de forma a estar, inclusive quando dormis corporalmente, vigilantes com o coração˝.
As Confissões
Por fim, no documento há uma última referência ao santo Bispo de Hipona, quando se menciona as pessoas não crentes, mas que estão em processo de busca. “Esta busca diz o Papa é um autêntico preâmbulo da fé”, e responde –acrescenta, citando literalmente uma frase das Confissões a “um chamado permanente, indelevelmente inscrito no coração humano, a pôr-se em caminho para encontrar Aquele que não buscaríamos se já não houvesse vindo”.
Salta à vista que, para Bento XVI, santo Agostinho é um personagem atual, e o melhor guia em tempos revoltos e superficiais como os nossos. Tanto os agostinianos recoletos em seu esforço de renovação, como em geral o homem moderno, insatisfeito e vazio, podem encontrar nele o exemplo e a orientação que necessitam.

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