20 de março de 2012


Liberação de games violentos para menores divide especialistas 


GUILHERME GENESTRETI
JULIANA VINES
ESTADO DE SÃO  PAULO

Não há motivos para impedir seu filhote de exterminar monstros no videogame.
Pelo menos essa é a visão da Suprema Corte dos EUA, que na semana passada derrubou uma lei da Califórnia que proibia a venda de jogos de violência para menores de 18 anos.
Segundo a decisão, não há estudos que provam a influência de games violentos no comportamento das crianças, diferentemente da crença que perturba parte dos pais.
Especialistas, no entanto, recomendam cautela na adequação entre o tipo de jogo e a idade da criança.
"Menores de sete anos não têm estrutura emocional para ver uma cena muito violenta", diz a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática, da PUC de SP. Segundo ela, a descarga de adrenalina causada pelo videogame pode deixar a criança mais medrosa e ansiosa.
Antes dos sete, há confusão entre realidade e ficção, alerta Andrea Jotta, também da PUC-SP: "Só começamos a diferenciar depois de aprender a ler. Antes, sentimos a violência sem entendê-la".
Quanto mais realista for o jogo, pior. Silvia Rosa Zanolla, autora de "Videogame -Educação e Cultura" (Alínea, R$ 28, 192 págs.), pesquisou como crianças de sete a dez anos entendem os games.
"Elas até sabem o que é certo e errado, mas não conseguem refletir. Eu não recomendaria esses jogos para menores de 16", diz Zanolla, que é psicóloga.


                                                                                              Editoria de Arte/Folhapress
VIOLÊNCIA POSITIVA

É claro que não tem como proibir. E a violência não está só nos jogos, lembra a pedagoga Lynn Alves, pesquisadora da Universidade do Estado da Bahia. "Se for para censurar, tem que censurar tudo. Há violência na música, na literatura e na TV. Não faz sentido proibir para nenhuma idade."
Para Alves, o jeito é os pais aumentarem a vigilância e aproveitarem os games para discutir o assunto."Os pais podem e devem conhecer os jogos. É só pesquisar."
Segundo Jotta, a violência pode até ser positiva. "Matar um monstro pode ser bom. Pode ser uma forma de se livrar do medo."
No Brasil, o Ministério da Justiça classifica os videogames de acordo com faixas etárias, como nos filmes. Os critérios são os mesmos: sexo e nudez, violência, agressão física ou uso de drogas. Há mais de 700 jogos classificados. A maioria é livre. Consulte a lista no site do Ministério da Justiça

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